Refúgio para a Tempestade
Esta semana tivemos um dia difícil aqui em Atlanta. Uma tempestade de neve chegou mais forte e mais cedo do que o esperado e transformou a cidade em um caos. Milhares de pessoas tiveram que dormir nos carros, pois estavam isolados e não podiam ir a lugar nenhum, por causa da nevasca. Também centenas de crianças tiveram que passar a noite nas escolas, pois os pais não conseguiram chegar para buscá-las. Meu marido mesmo ficou quase sete horas dirigindo do trabalho pra casa, até que resolveu deixar o carro e vir andando pra casa na neve. Levou aproximadamente duas horas andando. Acompanhando as notícias e posts no facebook, a reação que percebia de todos era a mesma: “ só quero chegar em casa”. A casa representava um local de proteção, de segurança, de descanso depois de tantas dificuldades enfrentadas em um dia. Fiquei pensando então: imagine se depois de um dia tão difícil as pessoas chegassem em casa e percebessem que sua casa também foi atingida? Que aquele local de proteção e refrigério pelo qual ela tanto esperava não existe?
Comecei entao a refletir em uma função importante que o lar constitui na vida da nossa família e filhos: de ser um refúgio. A definição de refúgio é: Lugar para onde alguém foge ou se retira em busca de segurança e proteção; lugar que proporciona tranquilidade, paz, amparo, conforto, proteção . Todos nós diariamente enfrentamos dificuldades lá fora: um chefe que é injusto; uma professora difícil; bullying por parte de colegas ou amigos; decepções, entre tantas outras coisas. As dificuldades começam cedo, e até nossos filhos, ainda muito novos, são atingidos por elas.
O nosso lar deveria ser o que nos dá suporte para passar por todas as provações que passamos. O ambiente familiar deveria ser o lugar aonde nos sentimentos à vontade para sermos nós mesmos; onde existe segurança de que somos amados não pelo que podemos oferecer mas pelo que somos; aonde somos livres para compartilhar nossas fraquezas sem que sejamos julgados, mas sim recebendo o apoio necessário para vencê-las. Nossos filhos precisam se sentir seguros dentro do ambiente familiar.
Infelizmente, no entanto, é comum ouvir de pessoas (maridos, esposas e até filhos) que a volta para casa, ao final de um dia de trabalho ou escola, é um tormento. Ao invés de harmonia, paz e alegria encontram brigas, cobranças e acusações. E alguns vilões tem um papel importante nisto:
Competição
Vivemos em um mundo competitivo, mas definitivamente o ambiente familiar não é local para competição. A Palavra nos diz que Deus uniu o homem e a mulher e fez deles uma só carne, que já não são mais dois, mas sim um (Marcos 10:8). Sendo assim, como pode haver competição? Como família, estamos jogando no mesmo time. A vitória de um é a vitória de todos. Como pais, devemos dar o exemplo disso aos nossos filhos no nosso relacionamento matrimonial. Também devemos cuidar pra não incentivar a competição entre nossos filhos, através da comparação – o artigo Ladrão da Alegria fala sobre isto – Clique aqui para ler!
Egoísmo
Como podemos criar uma convivência alegre e segura para nossas famílias se só pensamos em nós mesmos, no que nos agrada, no que necessitamos, ou em como nos sentimos?! Joyce Meyer define bem: “é impossível ser feliz e egoísta ao mesmo tempo. É importante entender que o amor verdadeiro doa de sí mesmo. E sacrifício significa que as coisas não vão ser do seu jeito o tempo todo”. Viver e ensinar nossos filhos de que em um lar todos precisam sacrificar para o bem comum é um desafio, pois a mensagem que ouvimos na mídia e na sociedade é sempre a mesma “agrade a si mesmo, faça o que é bom para você mesmo” . Além do egoísmo ser um problema em si só, normalmente ele vem aliado com o orgulho. O orgulho causa conflito e brigas, pois nos faz acreditar que precisamos estar sempre certos, sempre ter a razão. A verdade, no entanto, é que nem sempre vencer uma discussao significa vitória, se esta vitória foi conquistada à custa dos sentimentos dos nossos filhos e cônjuges. “O orgulho só gera discussões, mas a sabedoria está com os que tomam conselho” Provérbios 13:10.
Feridas e perdão: Não existe uma familia feliz e um lar saudável se não existe perdão. Por mais que nos amemos, que tentemos o nosso melhor e que sejamos pessoas maduras, durante o dia a dia conflitos vão aparecer. Uma discordância, uma discussão mais acalorada, uma expectativa que não foi suprida. Tudo isso pode gerar feridas no nosso coração e também dos nossos filhos. O remédio para estas feridas? Perdão. Precisamos ensinar nossos filhos, através do nosso exemplo, a perdoar. Hebreus 12:15 nos diz: “Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus. Que nenhuma raiz de amargura brote e cause perturbação, contaminando a muitos”. Perdoar, especialmente quando fomos profundamente feridos, não é facil. Mas Deus nos capacita a faze-lo, pois Ele mesmo nos perdoou em Cristo Jesus: “Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus perdoou vocês em Cristo” Efesios 4:32.
Voltando à historia da neve em Atlanta, depois que tudo voltou ao normal e as pessoas estavam em suas casas, tudo que se ouvia era a frase “ lar doce lar”. Que verdadeiramente nossos lares venham a ser um lugar de refúgio para nossas almas diante das tempestades da vida.
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Gosto de muitas coisas, mas minha verdadeira paixão encontrei quando me tornei mãe! Sou jornalista formada pela PUC do Paraná e sou Curitibana, mas moro desde 2003 em Atlanta... 
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