Especial de Natal: Por que me tornei cristã?

Dezembro 23, 2016 at 2:19 pm

Uma das coisas que amo aqui no blog é a diversidade das pessoas que gostam e participam deste espaço. Temos mães, pais, avós, mulheres solteiras e casadas, mulheres com vários filhos e outras com nenhum. Gente que vive no Brasil, nos EUA, em Portugal e até no Oriente Médio. Pessoas com histórias diferentes, experiências únicas, diferentes religiões e pontos de vista. Respeito cada uma dessas pessoas, sei que cada pessoas carrega sua história de vida, que o/a tornou no que ele/ela é hoje. Creio que podemos discordar mas continuar amando e respeitando o próximo. Nunca foi nem é minha intenção enfiar goela abaixo de ninguém minha forma de ver o mundo, a maternidade e a vida. No entanto, umas das perguntas que recebo por emails ou mensagens são de pessoas querendo saber qual minha religião. Então com a chegada do Natal, decidi contar um pouquinho da minha história pra vocês.

Cresci numa família não religiosa. Não cultivávamos hábitos nem costumes religiosos. E passei toda minha infância e adolescência sem dar muita importância pra esse tipo de assunto: minha cabeça estava ocupada demais com brincadeiras, amigos e viagens com a turma pra parar e pensar sobre isso.

Quando cheguei à faculdade, com as intermináveis discussões que começavam na aula de filosofia e iam para os corredores e barzinhos na frente da PUC, comecei a ouvir diferentes pontos de vista de amigos, que iam daqueles que acreditavam que a fé é a causadora de todos os problemas do mundo até pessoas extremamente religiosas, passando pelos místicos que misturavam de tudo um pouquinho.

Foi nessa época que comecei a me interessar pelo assunto. Na época, me auto denominava ateia, pois não cria na existência de um Deus.

Entre provas da faculdade, trabalho, festas e churrascos com amigos, foram alguns anos de questionamentos e buscas. Comecei a ler e me interessar por diversas religiões. Li sobre várias delas, conversei com pessoas que as seguiam até que tomei uma decisão de me tornar cristã.

E por que o cristianismo?

Creio que a maior diferença entre o cristianismo e outras religiões está no fato de que o cristianismo se fundamenta no fato da total inabilidade do homem de salvar a si mesmo. Embora alguns cristãos tenham distorcido o cristianismo e o apresentem como uma lista de coisas que você deve ou não deve fazer pra agradar a Deus, a raiz do cristianismo está no fato de que vivemos num mundo machucado, quebrado pelo pecado e que nenhum esforço do homem irá resolver este problema totalmente. Para outras religiões, o homem deve se esforçar para alcançar a Deus, seja através de meditações, de sacrifícios, ou de boas obras. Uma imagem que representaria bem talvez seria um homem subindo uma escada para chegar ao encontro do trono de Deus.

No Cristianismo, a figura é  inversa. Deus, por seu imenso amor, nos alcançou. Tudo que precisava ser feito já foi feito por Ele.  A imagem que poderíamos para usar seria de Deus, na figura de Jesus, descendo a escada do céu pra encontrar com o homem na terra.

Pessoalmente, foi por isso que decidi pelo cristianismo. Analisando, percebo que se dependesse de mim mesma, nunca conseguiria ser boa o suficiente pra ser digna de receber o amor de Deus. Pelo contrário: a maior parte dos dias me identifico com o apóstolo Paulo quando este disse: “Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo.

Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo.

Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Romanos 7:18-20

Quanto egoísmo, quanta irritação, quanta vontade de ter tudo do meu jeito, quanta insatisfação e ingratidão habitam em mim.

Mas quando passei a estudar a Bíblia percebi que o amor de Deus não é baseado em minha capacidade de agradá-lo nem na minha performance e sim no seu imenso amor!

Um dia, um dos meus filhos fez algo errado e tivemos que ser bem claros com ele, de como aquela atitude dele tinha sido inapropriada e inaceitável. Depois do momento de correção, reafirmamos nosso amor por ele e seguimos com nossas atividades. Alguns minutos se passaram quando ele veio até mim e meu marido com seu cofrinho cheio de moedinhas dizendo que todas as moedinhas que ele tinha levado meses e meses para guardar, ele estava nos dando. Na hora, percebemos que ele estava tentando remediar o que tinha feito de errado nos dando suas moedinhas e queria “comprar” nosso amor de volta. Sentamos com ele e explicamos que embora o que ele tinha feito tinha sido errado, nunca em nenhum momento deixamos de amá-lo e que ele nunca conseguiria e nem precisaria comprar nosso amor nem com todas moedas do mundo.

A bíblia nos fala em Isaías 64 que toda nossa justiça, todas nossas boas obras são como trapos de imundícia diante de Deus. Entendi que isso não significa que Deus não se alegra quando fazemos o bem ou ajudamos o próximo, mas que querer comprar o amor de Deus com esses atos é tão ridículo quanto meu filho querer comprar meu amor com suas moedinhas.

 

“O verdadeiro sentido do Natal é quando eu desisto de comprar o amor de Deus com meu desempenho e em vez disto recebo com alegria seu Presente (Jesus).  Ann Voskamp

 

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