A idade ideal para se ter filhos

Maio 25, 2014 at 2:44 am

Estava em uma festinha de aniversário e a conversa estava rolando em torno da idade ideal para se ter filhos. Umas das pessoas presentes, que trabalha como babá de uma família, estava comentando como os pais daquela menina, por já terem passado dos 40, não tinham a mínima paciência com ela, e a ignoravam completamente. Achei interessante a conversa, mas não acho que ser bom pai ou mãe está relacionado com a idade. No meu ponto de vista, tem algo muito mais importante do que ser velho demais ou novo demais pra se ter filhos, algo que se chama egoísmo.

Aí você pode me dizer: “Tathi, falar sobre egoísmo para mães não faz o mínimo sentido, afinal ser mãe e ser egoísta são opostos extremos.” Honestamente, não acho que seja bem assim! Claro que amamos nossos filhos, mas no dia-a-dia, as vezes é difícil fazer escolhas que coloquem o bem coletivo da família acima dos nossos desejos e vontades.

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A melhor definição de amor que conheço está em 1 Coríntios 13. Diz assim:

“Quem ama é paciente e bondoso.

Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso.

Quem ama não é grosseiro nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas.

Quem ama não fica alegre quando alguém  faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo.

Quem ama nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência.”

Tem outra versão, do mesmo texto, que diz assim: “o amor não busca seus prórpios interesses…”. Cada dia eu, Tathiana,  quando acordo, tenho dois caminhos diante de mim e a opção de escolher qual vou seguir. O primeiro é o caminho “fácil”, do egoísmo e de buscar meus próprios interesses. O outro caminho é o caminho “difícil”, é o de ter o interesse comum, da família, do coletivo em mente. Esses caminhos se fazem presentes tanto quando tomo decisões complexas como quanto às mais simples do dia-a-dia.

Deixe-me dar alguns exemplos:

“Mãe, vamos fazer um bolo hoje?” – “Não filho, fazer bolo dá muito trabalho, depois fica bagunça na cozinha e a mamãe que vai ter que limpar tudo.”

“Mãe, será que você pode brincar um pouquinho comigo?” – “Você não sabe que eu estou ocupada, vai assistir um pouco de televisão”

“Eu não vou deixar meu filho comer sozinho, faz a maior bagunça no chão, mancha a roupa, depois eu que tenho que limpar tudo.”

“Marido, a bebê fez cocô.” – “Eu estou ocupado”. – “Ah, se você tá ocupado e não pode trocar eu também não vou agora, que fique assim.”

Vivemos em uma sociedade que preza o individualismo. Tudo que ouvimos hoje em dia é “faça o que te dá prazer” ou “chega de cuidar dos outros, vou cuidar de mim mesma”. A lei do menor esforço e do maior lucro predomina. Mas como a definição bíblica de amor é diferente do que se apregoa por aí! Um amor sacrificial, que leva em consideração a necessidade dos outros acima das nossas.

Quando estou disposta a fazer aquele bolo ou um artesanato com meu filho, ainda sabendo que se ele estivesse assistindo televisão minha casa estaria muito mais arrumada, estou dizendo que vale a pena investir na vida dele. Quando escolho desligar o computador e ir brincar um pouco com eles, estou dizendo que eles são mais importantes do que a internet. Quando decido preparar uma janta saudável e gostosa em vez de dar uma besteira qualquer estou demonstrando que me importo com o que eles comem. Quando digo “não”, mesmo sabendo que seria muito mais fácil dizer “sim”, estou mostrando que me preocupo com o futuro deles.  E até quando tomamos decisões grandes, como o tipo de casa onde vamos morar, que carro vamos ter, e que trabalho vamos aceitar, podemos fazê-lo em egoísmo, nos comprometendo com mais do que podemos arcar, não sobrando assim tempo e energia para a família.

Isto não significa que não posso ter um tempo pra mim mesma ou fazer algo que gosto. Tenho sim algumas pizzas congeladas no meu freezer e de vez em quando corro para colocá-las no forno. Muitas vezes, entre uma atividade e outra, meus filhos assistem a um desenho para a mamãe poder dar uma ajeitada na casa ou se arrumar para ir passear com eles. Mas se meu dia-dia tem sido uma sequência de decisões que levam em consideração a lei do menor esforço possível, ou apenas meus próprios interesses, então talvez seja hora para refletir se meu amor maternal está de acordo com 1 corintios 13.

Não se trata de criar crianças mimadas, que tem tudo que querem na hora que querem. Trata-se de amor sacrificial, de atender as necessidades verdadeiras, de priorizar o que realmente importa, de dar valor aos que estão ao seu lado a cada dia. Amar, muito mais do que um sentimento, é uma ação!

Um outro versículo que gosto muito diz assim: “Nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. Cada um de nós deve agradar ao seu próximo para o bem dele, a fim de edificá-lo. Romanos 15:1-2.

Quem mais próximo e mais necessitado da nossa edificação, do nosso cuidado e amor, do que nossa própria família?

 

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