Você é o “pai treinador” ou “pai torcedor”?
Em meio a muita polêmica e discussão, a tão falada Copa do Mundo 2014 no Brasil chegou. E entrando no clima da copa, quero te fazer uma pergunta: Que tipo de mãe (pai) você é? O pai treinador ou o pai torcedor? Não está entendendo nada? Vamos lá!
Tanto o treinador quanto o torcedor querem ver seu time ganhar, e se dar bem. Os dois tem o melhor do time em seus interesses. Mas as semelhanças param por aí!
O torcedor, por mais que ame, seja apaixonado pelo seu clube e jogadores, não pode fazer nada por eles. Ele pode até torcer, vibrar, ficar orgulhoso e pular de felicidade quando seu time ganha, ou morrer de raiva quando seu time perde; mas no fim das contas ele é um agente passivo no jogo. Não tem poder de decisão; não tem poder de escolha; não tem condições de meter a mão na massa e mudar as circunstâncias do jogo. Tudo o que ele pode fazer é torcer e esperar que no final tudo dê certo.
Agora quando falamos no treinador a situação é bem diferente: o treinador é o agente ativo do time. É ele quem tem autoridade para definir quem vai ser convocado; quem vai entrar jogando e quem vai ficar no banco de reserva. Ele é o responsável por ajudar cada jogador alcançar o seu potencial máximo, maximizando as qualidades e minimizando as fraquezas. O torcedor pode agir simplesmente na emoção, já o treinador tem que usar a razão, ele precisa saber de onde está partindo e aonde quer chegar.
Nós papais e mamães também amamos nossos filhos e queremos vê-los vencer. Minha reflexão pra hoje é: Que postura tenho assumido com relação aos meus filhos? Sou a “mãe torcedora” ou a “mãe treinadora”? Se nosso amor está limitado somente ao sentimento, à paixão, somos o pai torcedor; um agente passivo na vida dos nossos filhos. Pode ser por egoísmo – porque não queremos pagar o preço de nos envolvermos diretamente na educação das crianças – ou outras vezes por medo de errar e falhar, mas nós muitas vezes não reconhecemos a posição que nos foi dada sobre a vida dos nossos pequenos e deixamos de exercer a autoridade que nos é cabida. Nos satisfazemos com a posição de torcedores quando na verdade fomos escolhidos para ocupar a posição de treinadores na vida dos nossos filhos. Somos autoridade sobre a vida deles e assim como o Felipão é responsável pelo desempenho da Seleção, nós também prestaremos conta do trabalho que realizamos.
Provérbios 22:5 diz: “Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles.” A palavra original usada aqui tem o sentido de treinar, ajudar, guiar e educar. Embora meu espertinho de 3 anos de idade queira me convencer que já sabe tudo com o seu “eu quero fazer, eu sabe”, na verdade dentro do coraçãozinho dele existe um desejo enorme de ser guiado, treinado e educado. E a pessoa responsável por fazer isto sou eu e meu marido! A autoridade foi delegada a nós, pais. Neste jogo, nós somos os treinadores e ficar assistindo da arquibancada o desenrolar da vida dos nossos filhos não deveria ser uma opção. Que treinador rejeitaria a oportunidade de estar ao lado do campo, orientando, gritando, sofrendo e sorrindo com seus jogadores em uma Copa do Mundo? Existe um preço a pagar? Sim! Existirão derrotas e dificuldades no meio do caminho? Certamente!
Mas faço minha a resposta dada pelo técnico da seleção brasileira, o Felipão. Durante a Copa das Confederações, depois de um jogo ruim, um empate de 2 X 2 com o Chile, um jornalista em uma entrevista coletiva fez uma pergunta: “Felipão, a CBF já te garantiu na liderança da seleção até o fim da Copa do Mundo, mas como o time não está indo bem e a torcida não está apoiando, você pensa em pedir demissão?”. O treinador, visivelmente irritado, deixou a sala de entrevista com uma única resposta: “Isso é piada”. Erros, dificuldades e obstáculos certamente surgirão dentro da nossa casa, na nossa família e com nossos filhos. Mas desistir, pedir demissão e ficar assistindo de longe, da arquibancada? “Isso é piada”, precisa ser a nossa resposta também!