Talvez não seja necessário muito pra ser uma boa mãe…
Desde que começei o blog, tenho recebido muitos emails e mensagens de carinho de queridas leitoras que de alguma forma foram fortalecidas por este trabalho. Alguns exemplos de mensagens que me tocaram profundamente:
“Olá Tathi! Queria te parabenizar pelo Blog. Faz um tempinho já que venho aqui e sou edificada por suas palavras. Tenho 22 anos, não sou mãe ainda e nem esposa. Meu sonho maior era formar uma família, mas devido a realidade de hoje em dia, confesso que já estava desanimando. Estava desistindo do meu sonho ao olhar pra essa época e ver muitas coisas erradas e valores perdidos. Mas posso dizer que no seu blog estou encontrando a esperança e o encorajamento de prosseguir e ser esposa e mãe, apesar de toda a maldade em que vivemos. Que Deus abençoe você e sua família e continue te dando condições para escrever palavras tão belas e edificantes!!! Muito obrigada! Um abraço!”
“Obrigada pelos ensinamentos….quando meu filho nasceu, minha mãe se foi, fiquei um tanto perdida nessa tarefa complexa chamada: maternidade. Mas aí, Deus usa sua vida para nos ensinar a educar, a amar…através dos seus textos somos exortados com carinho a criar vínculos eternos com nossos filhos. Deus te abençoe sempre!”
Realmente, fico surpreendida com tantas mensagens, pois sei quão falha sou como mãe, esposa, amiga!
Este fim-de-semana, meditando um pouco no futuro do blog e em novos projetos que estão surgindo, me peguei pensando por que Deus escolheu usar este blog como um dos muitos instrumentos que existem por aí pra edificar famílias?
Olhando pra mim mesma e todas as minhas dificuldade, não faz o mínimo sentido! As vezes, até me sinto culpada achando que vocês, as leitoras que não me conhecem pessoalmente, possam ter uma imagem romantizada de mim ou de minha família. A verdade é que não existe nada de especial ou extraordinário em mim. Olhando ao meu redor, vejo pelo menos algumas dúzias de mães que são muito mais capacitadas e especiais do que eu pra escrever sobre maternidade. Eu sou super fã do “O papai é pop”, todo moderno, descolado e cool. Acho o máximo a mãmãe de sling, mas nunca usei um. Acho maneiro demais uma amiga que só come orgânicos e prepara tudo natural pro filho dela diariamente. Ela é tão bem sucedida nesta missão que o snack predileto do filho dela é hummus. Já eu?
Eu sou a mãe mais comum e na média que você pode imaginar. À parte do meu 1.80m de altura, não tem nada incomum, diferente, pop ou cool em mim. Minhas roupas são básicas, minha rotina é normal, sei cozinhar mas não sou uma cozinheira excepcional, me viro pra ajudar meus filhos na escola mas estou longe de ter um QI elevado ou ser uma artista com trabalhos manuais. Cuido da minha casa mas nunca seria contratada pra organizar a casa de alguém. Tive partos normais mas assim que entrei no hospital estava pedindo desesperadamente pela anestesia e depois de umas 30 horas em trabalho de parto, só queria que o bebê saísse, já não importava como (acabou sendo com forceps). Amamentei por uns 8, 9 meses mas fiquei longe dos 24 meses recomendados pelo Ministerio da Saúde. Até pouco tempo atrás, nem sabia desses métodos todos de livre demanda, de método pra dormir sozinho no berço, de cama compartida, de quarto montessoriano e por aí vai. Só fui descobrir essas coisas quando algumas leitoras começaram a me perguntar sobre estes assuntos!
Sabe o estereótipo de mãe ideal que a gente tem na cabeça? A mãe delicada, com tom de voz calmo e sempre paciente? Não sou esta mãe! Sou bem estabanada, levanto a voz mais frequentemente do que gostaria e estou mais pra Felícia do que pra Ursinhos Carinhosos. A brincadeira predileta do meninos é guerrear com a mãe no chão e é assim que passamos boa parte do dia. Somos uma família bem italiana e barulhenta apesar do sobrenome alemão!
Realmente não me vejo como alguém que Deus usaria pra edificar outras mães. Não tenho um método, não estudei psicologia e tão pouco sou uma pastora.
Pensando e refletindo sobre tudo isso, creio que Deus falou em meu coração que a verdade é que não precisamos de muito pra sermos a mãe que nossos filhos precisam, e talvez por isso ele tenha permitido que uma mãe tão comum, tão sem nada de especial, esteja compartilhando um pouquinho desta jornada com vocês. Tantas vezes nos sobrecarregamos com as expectativas e com fardos que não precisamos carregar. Mas a verdade é que nossos filhos não precisam de uma mãe perfeita, um estereótipo que temos na nossa cabeça de como deveríamos ser ou agir. Nossos filhos precisam da gente como a gente é! Eles não precisam de uma mãe que sabe todas as respostas tão pouco de uma mãe que já tem tudo resolvido. Mas eles precisam de uma mãe que esteja disposta a caminhar a jornada ao lado deles. De tantas e tantas coisas que achamos ser necessárias, poucas realmente são:
Amar sinceramente: Aquele amor que não é só de palavras, mas o amor que tudo sofre, tudo crê, tudo espera.
Estar disponível: Tantas e tantas vezes na Bíblia, vemos Deus convidando pessoas para uma missão especial e tudo que Ele precisa ouvir era um “eis-me aqui, use a mim”. Nossos filhos não precisam de perfeição mas eles precisam que estejamos disponíveis, abertas pra caminhar esta jornada ao lado deles. Disponíveis pra estar ao lado deles quando eles são pequenos e choram de cólica sem parar, disponíveis pra segurar forte a mãozinha deles e dizer que logo voltamos buscá-los e que tudo vai ficar bem no primeiro dia de escola. Disponíveis pra ouvir suas dúvidas e suas primeiras frustrações com os amigos quando eles começam a crescer. Disponíveis quando eles nos deixam orgulhosas ou quando nos envergonham, disponíveis quando eles fazem boas escolhas e disponíveis quando fazem más escolhas. Disponíveis pra dizer “eu sei que essa coisa chamada vida é difícil de vez em quando e eu tão pouco entendo tudo, mas nós vamos caminhar esta jornada juntos.”
Obedecer: “Meu melhor trabalho é ser obediente a Deus. O trabalho de Deus é todo o resto. A melhor coisa que uma mãe pode fazer é reconhecer que somente Deus sabe como ser Deus.” Lisa Terkeurst. Não existe método perfeito, não existe forma infalível! Existe sim ouvir a voz suave de Deus nos direcionando e nos corrigindo de ve em quando, e sempre vale a pena ouvir esta vozinha e obedecê-la, porque só Deus sabe como ser Deus.
Obs: Nada de errado com métodos e informação, pelo contrário! Devemos sim nos informar e fazer escolhas conscientes. Mas não podemos perder o foco: métodos são apenas meios diferentes de fazer algo. O método não pode virar mais importante do que o objetivo final, que é amar profundamente o que estão a nossa volta.
Todas as vossas coisas sejam feitas com amor. 1 Corínthios 16:14
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