Quem deve ser o centro da família? Os pais ou a criança?

Abril 6, 2015 at 12:17 am

Gosto muito de ler e me manter informada e ultimamente tenho visto vários debates sobre quem deve ser o centro da família: os pais ou os filhos? Cada grupo tem bons argumentos e boas respostas. Um lado diz que quando as crianças são o centro elas se tornam mimadas e serão adutos que acham que o mundo deve girar em torno delas. Outro lado diz que é egoísmo dos pais não quererem mudar seu estilo de vida quando se tem filhos. Já eu, como uma mãe cristã, humildemente vou me dar o direito de discordar com ambos os grupos e dar minha opinião. Creio que em um lar nem os filhos nem os pais devem ser o centro da família, mas sim Cristo. O que significa ter Cristo como o centro da família e qual é a cara de uma família que tem Cristo como o centro?

Vida familiar baseada na graça e perdão e não no perfeccionismo: em um lar no qual Cristo é o centro, as duas palavras chaves são graça e perdão. O relacionamento familiar não é baseado na (falsa) expectativa de que tudo sairá sempre perfeito, de que todos cumprirão seus papéis com destreza, e nem na idéia de que se alguém falhar isso me desobriga do meu compromisso para com ele ou ela. Não! Em um lar cristão temos a certeza de que falhas irão acontecer, que nem sempre estaremos no auge nas nossas vidas e aptidões, mas que quando cairmos, encontraremos uma mão para nos levantar. Quando estivermos fracos, os outros serão fortes por nós, que quando errarmos, seremos perdoados e que o melhor que podemos oferecer um ao outro é graça. (Eclesiastes 4:10)  Isso tira um peso enorme das costas dos pais, pois embora sempre busquemos viver uma vida exemplar, nossos filhos sabem que somos humanos e sujeitos a falha. Não somos super-pais ou super-mães, mas pais e mães comuns que tem um Super Deus!

A lei do amor: Jesus fala tantas vezes na Bíblia sobre a lei do amor: amar ao próximo como a si mesmo; aquele que quiser ser o maior que seja o servo de todos. Em um lar cristão, estamos aprendendo que o maior, o centro da família, não é aquela pessoa que quer que todas as coisas girem ao redor dela. Pelo contrário, o centro da família é Cristo e Ele nos disse: “quem quiser ser o maior que seja o servo de todos.”  Assim sendo, a dinâmica de uma família que tem Cristo como o centro é um amando ao outro, um servindo ao outro. O marido não se acha mais importante porque trabalha fora enquanto sua esposa fica em casa “simplesmente” cuidando das crianças; a esposa não se sente ressentida porque está servindo sua família. O marido honra a esposa pela posição que ela ocupa dentro da família e vice-versa. Assim, os pais servem e amam os filhos, os filhos servem os pais e os honram e todos vão aprendendo que é melhor dar do que receber (Atos 20:35). Claro que tudo isso acontece mantendo perspectiva do ponto 1, onde falamos de que somos falhos e estamos aprendendo.

O mais forte abre mão de certos privilégios por causa dos mais ‘fracos”:  “Nós, que somos fortes, temos o dever de suportar as fraquezas dos fracos, em vez de agradar a nós mesmos.” Romanos 15:1. Sério, isso não faz o mínimo sentido na nossa mente humana! Isso é mais uma daquelas loucuras de Jesus, aquele mesmo que nos diz pra amar nossos inimigos, oferecer a outra face e tudo isso. Vamos ver se eu entendi bem: então os fortes devem abrir mão dos seus direitos, abrir mão dos privilégos, abrir mão até do seu próprio querer, pra dar suporte, ajudar os que estão mais fracos naquele momento? Talvez seja o exemplo do homem com uma carreira prominente com muitas viagens que recebe uma ligação da esposa dizendo que precisa dele mais perto pra ajudar com o filho adolescente problemátio e este homem muda todos seus planos profissionais pra estar do lado da sua esposa neste momento. A mãe, que dimiui o ritmo da vida corrida, pra poder responder as perguntas dos filhos e suprir as necessidades físicas, emocionais e espirituais deles. Talvez seja o filho já adulto que cuida de sua mãe com Alzheimer, mesmo que isso signifique uma vida social menos agitada. Ou aquele marido que teve que parar com tudo pra acompanhar os últimos dias da sua esposa que estava morrendo de câncer. Este amor louco e até insensato, que se demonstra nas grandes e pequenas coisas, que nos pede pra abdicar de nós mesmos em função dos outros.

Temos um propósito claro e este é amar e servir os de fora: Quando Cristo é o centro, nossos filhos aprendem desde cedo que temos um propósito claro: amar e servir não só dentro da família, mas no mundo lá fora. Não é algo que fazemos de vez em quando ou quando estamos na igreja, não. Amar passa a ser um estilo de vida. Amar quem? Todos! (dá uma olhadinha na parábola do Bom Samaritano – Lucas 10:30). Tudo na nossa vida, assim como na de Jesus, passa a ser uma ferramenta pra amar. Nosso trabalho, nosso carro, nossa ida ao supermercado, nossos relacionamentos superficiais ou íntimos, tudo isso é um instrumento pra amar.


Quando Cristo é o centro, creio que nossos filhos tem a oportunidade de aprender desde cedo um balanço bem saudável: Eles sabem que são amados, que são importantes e se sentem valorizados dentro da família e sociedade. Por outro lado, eles também tem a consciência de que o mundo não gira ao redor deles e que é preciso levar-se em conta a necessidade dos outros também!

 

Curtiu nosso blog? Esteja conectado através do nosso face ou no instagram @blogmamaereal

Você também pode adicionar seu email no canto direito da página pra receber nossas atualizações por email!

 

Share Button