O homem que perdeu tudo correndo atrás do nada
Conta-se a história de dois homens que estavam passeando pela cidade. Um deles diz ao outro:
– Um dia eu estava passeando em Chicago quando vi um homem correndo tentando alcançar o chapéu que tinha caído da cabeça de alguém. Enquanto tentava alcançar o chapéu, ele foi atropelado por um carro e acabou morrendo.
– Por que você me contou esta história tão horrível – perguntou o outro homem?
– Eu te contei porque acho interessante como uma pessoa pode perder o que há de mais importante por causa de uma coisa que não vale nada. Ele perdeu tudo, correndo atrás de nada.*
Quando me mudei para os Estados Unidos, estranhei muitas coisas e sentia uma falta enorme do Brasil. Mas confesso que uma coisa foi bem fácil de me adaptar: a transmissão automática dos carros. Nunca tinha dirigido um carro de transmissão automática antes e achei uma facilidade. Nunca fui boa motorista e de vez em quando deixava o carro morrer quando precisava trocar a marcha. Tive que fazer alguns testes do Detran até conseguir tirar minha carteira de motorista. Mas agora não: entro no carro, ligo a chave, piso no acelerador e lá vamos nós! Já não preciso ficar pensando em qual marcha preciso por para a subida ou se estou muito rápido pra terceira marcha. Perfeito pra alguém um pouco barbeira como eu.
Embora goste muito dos carros automáticos, paro pra me perguntar se não estou levando minha vida toda no automático, sem parar pra pensar que é hora de trocar a marcha. Entramos no carro da vida, colocamos o cinto de segurança e saímos dirigindo por aí. Fazemos coisas e tomamos decisões no automático. Somos levados pela maré da cultura em que vivemos e já não tiramos um tempo pra meditar e questionar qual a motivação que nos leva a viver a vida da forma que estamos vivendo! Corremos o risco de chegar lá adiante na caminhada e perceber que perdemos tudo correndo atrás do nada…
Ontem na igreja ouvi uma frase que me impactou: “Nosso maior medo não deveria ser o medo de falhar, mas sim o medo de obter sucesso em coisas da vida que não tem nenhuma importância.” (Francis Chan). Imagine gastar nossos dias e anos correndo atrás daquilo que os outros dizem que devemos valorizar e perceber que aquilo não valia nada? Ganhar todo dinheiro do mundo, conseguir o melhor cargo na empresa, ter o carro mais caro entre todos nossos amigos. Então perceber que negligenciamos os que amávamos, que usamos pessoas para alcançar coisas, em vez de usar as coisas como um meio de abençoar as pessoas. E se o trabalho importante que Deus colocou em nossas vidas é algo considerado insignificante pros padrões da nossa cultura e aos olhos dos outros? Qual caminho decidiremos seguir?
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“Ele perdeu tudo, correndo atrás do nada” do livro The Noticer, de Andy Andrews. *