Não sou uma super mãe mas gosto das férias escolares!

Janeiro 12, 2017 at 4:05 am

Hoje de manhã, enquanto tomava um café-da-manhã demorado com meus filhos, o que nunca acontece nos dias de escola, e me preparava pra ler com eles um pequeno devocional infantil  ainda sentados na mesa (o que também nunca acontece em dia de escola), um dos meus filhos disse: “Mãe, eu nunca mais quero brincar com o Anderson*, ele fala palavrões e eu não gosto dele.” O assunto, é claro, me chamou atenção e comecei a me aprofundar. Conversando um pouco mais com meu filho, enfaticamente ele me diz: e se um dia eles nos convidarem pra festa de aniversário dele eu vou dizer que não.

Sentei com meu filho e expliquei que o vizinho, de apenas 7 aninhos, vinha de uma vida familiar bem difícil. Que embora me alegrasse saber que ele, meu filho, não gostou de ouvir seu amiguinho falando palavrões, e que este era um comportamento que nunca repetiríamos como família, não poderíamos desprezar o menino. E que nós também tínhamos falhas e cometíamos erros. Foi aí que ele me disse: “é, mas os nossos erros não são tão ruins quanto os deles”.

Na hora, com amor e paciência, abri a Bíblia com meu filho na história que Jesus conta em Lucas 18.

“E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros:

Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.

O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.

Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.

O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!

Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.” Lucas 18:9-14

Depois de lermos, expliquei para ele que o orgulho desagrada a Deus tanto quanto outro pecado externo, que as pessoas vêem. Que cada pessoa é importante para Deus, que não podemos nos achar superiores a ninguém, e que se não fosse pela graça de Deus, estaríamos cometendo os mesmos erros que eles.  Conversamos sobre como podemos demonstrar o amor de Deus para nosso vizinho, combinamos de orar por ele e pela família dele. Também combinamos que eles só brincariam com o menininho quando ou eu ou o papai estivéssemos presentes, pois assim, nós como adultos, poderíamos estabelecer limites saudáveis para a amizade. Por último, oramos juntos pedindo a Deus que nos dê um coração de humildade e amor.

O dia seguiu e pela tarde fomos na casa de uma outra amiga querida, fazer uma visita. Chegando lá, as crianças estavam jogando um jogo. Meu outro filho só ficava observando todos jogar e não participava da brincadeira. Conhecendo-o tão bem, perguntei a ele várias vezes porque ele não queria jogar e ele disse que só queria ver. Quando entramos no carro pra ir embora, perguntei novamente por que ele não quis jogar e ele respondeu: “porque eu achei que eu não ia conseguir jogar direito.”  Conversei com ele sobre como, da próxima vez, ele deveria sim ser corajoso e participar mesmo que ele não conseguisse acertar tão bem por ser mais novo que os outros. Falamos um pouquinho sobre coragem e também sobre como ele deve começar a expressar o que sente e tem vontade.

Contei essas duas histórias pra vocês pra dizer que sim, eu gosto das férias escolares. Não porque sou uma super mãe. A verdade é que quando eles estão em férias meus dias são bem mais corridos e chego ao final do dia mais cansada.  Mas gosto das férias escolares, dos finais de semana ou dias de folga porque nesses dias, quando a correria diminui e quando não estamos no piloto automático, temos a oportunidade de estar mais próximo dos nossos filhos, ouvir o que está no coração deles e ensiná-los.

Então, te convido mamãe, a ver o tempo que você tem com seu filho não como um tempo que você não vai conseguir fazer nada em paz. Tão pouco como um momento no qual você vai ter que parar tudo que é “importante” pra cuidar deles. Veja este tempo como um momento precioso para compartilhar, pra crescer, pra instruir. Porque nenhum tempo investido na vida dos nosso filhos é tempo jogado fora.

 

*o nome foi trocado por questões de não expor a criança.

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