Meus filhos estavam ficando doentes por minha causa!

Outubro 13, 2015 at 5:05 pm

Ah, como me identifiquei com este texto!  Há alguns anos atrás, vi este mesmo olhar nervososo na face dos meus filhos e vi um deles mordendo as mangas da camiseta e eu sabia que era por causa do meu estresse. Mudei minha rotina, diminui o ritmo, disse não várias vezes a varias oportunidades porque tudo que eu não queria era que meus filhos crescessem com uma mãe infeliz, estressada e brava. Se você tem se sentindo desencorajada, infeliz e mau humorada, leia este lindo texto da  Rachel Macy Stafford . Este texto é parte do novo livro dela, no qual ela conta como passou de uma mãe nervosa, ocupada e estressada demais para uma “Hands free mom”, uma mãe com as mãos livres (referindo-se a diminuir os compromissos e as imposições e cobranças  pra ter a mente, as mãos e coração mais livres)

 

 “Eu não sei quando eu me tranformei de uma pessoa positiva para uma pessoa negativa, eu só sei que aconteceu.

Eu ainda podia me recordar de eu mesma como uma professora de crianças especiais que estava sempre alegre e disposta, e que de alguma forma buscava sempre ver algo positivo em cada estudante e em cada situação, não importava quão difícil.

Mas em algum momento, eu me perdi. Eu parei de ver o lado bom. Eu comecei a focar somente no que estava errado e que precisava ser mudado.

Levando-se em consideração que eu tenho um marido amável, duas crianças lindas, uma mente e corpo saudáveis e uma casa segura e confortável, você pensaria que eu acordo toda manhã me sentindo agradecida, otimista e satisfeita. Mas este não era o caso.

Eu acordava me sentindo da mesma forma que eu me sentia na noite anterior, antes de ir dormir – infeliz, incomodada e irritada.

Como um robô, eu falava da minha vida abundante em bençãos, mas eu já não conseguia vê-las ou sentí-las porque eu estava demasiadamente focada na minha vida abundante em distrações.

Compromissos demais

Eletrônicos demais

Pressão pra ser tudo e fazer tudo demais

Demasiados padrões inatingíveis

Lista enorme de coisas para fazer e nunca tempo suficiente

Me sentia como um equilibrista com muitas bolas no ar mas com poucas mãos para segurá-las

Meu descontentamente parecia atingir o pico quando era hora de sair de casa. Embora minhas crianças fossem bem novinhas, elas pareciam preparar suas emoções pra enfrentar meu nervosismo e ira diariamente. Enquanto eu reclamava e me embravejava tentando arrumar as duas pra saírmos de casa no horário pra todos os compromissos, a Avery ficava bem calada. A Natalie tentava ajudar como ela podia, ajudando sua irmã que não se movia o rápido suficiente pra mim com seus sapatos, colocando lanchinhos na lancheira e limpando o balcão dos restos de sucrilhos.

Claro que através dos meus olhares críticos, suas tentativas de ajudar só me atrapalhavam e faziam tudo mais demorado e nunca eram suficientes pra mim. E eu nem tentava esconder minha irritação ou frustração.

Não deveria ter sido uma surpresa pra mim quando eu olhei pelo retrovisor do carro e vi a Natalie ansiosa mordendo seus labios enquanto eu dava a ré.  Enquanto ela mordia fortemente aquele pedacinho de pele com seus olhos bem abertos e nervosos, eu praticamente podia ler sua mente: Mamãe está brava, mamãe está cansada, mamãe está estressada.  E não era só isso. Eu podia claramente sentir como uma criança pequena interpreta a infelicidade e frustração de sua mãe: A mamãe está brava comigo. A mamãe está cansada por causa de mim. A mamãe está estressada por causa de algo que eu fiz.

Naquele exato momento, tudo ficou tão claro que eu já não podia negar os danos que minha visão negativa tinha sobre minha família.

Todas as desculpas que eu tinha criado pro meu mau humor, pra ser dura e direta, pra jogar a culpa sempre em alguém, tinham desaparecido diante de mim.

Enquanto eu escolhia enfatizar cada “problema”  da minha vida, eu afunilava todo meu descontentamento direto nas minhas filhas, destruindo o espírito alegre e contente delas. O nervosismo que eu vi na face dela era uma reflexão direta da expressão que eu tinha na minha própria face.

Naquele momento, eu disse uma
pequena oração cheia de lágrimas pedindo a Deus que me mostrasse um pequeno passo pra que eu pudesse trazer de volta a alegria as nossas vidas.

Alguns dias depois nós estavamos saindo de casa pra escola. Como de costume, eu enfiei todo mundo dentro do carro no meio da correria. Mas ao invés de ficar ditando ordens ou batendo portas, eu me mantive calma me lembrando da minha oração de alguns dias atrás.

“ Olhe pra cima” uma vozinha dentro de mim me impeliu. Eu tirei meu pé do acelerador e me inclinei pra frente pra olhar pelo vidro do carro.

Tão longe quanto meus olhos conseguiam ver, o céu estava cheio com milhões de nuvens brancas pequeninas. Era como se um confeiteiro tivesse usado um pote de chantilly e decorado o céu perfeitamente.

Eu estacionei meuIMGP5639 carro pra mostrar as minhas filhas como o céu estava lindo e como parecia que as mãos divinas tinham feito um croche branco no céu. Eu disse para elas: olhem pra cima, repetindo as mesmas palavras que tinha ouvido alguns minutos atrás.

Ambas as meninas olharam para cima. Natalie suspirou e disse. “Que lindo! Que lindo! Eu amei”, como se eu a tivesse presenteado com o travesseiro especial no formato de uma joaninha, o qual ela tem me pedido por meses.  A Avery bateu suas mãozinhas pequeninas e suspirou em admiração.

O céu estava tão maravilhoso e único que decidi tirar uma foto. E enquanto eu posicionava minha câmera no ângulo correto, me vi suspirando, assim como minha filha fez alguns momentos antes.

E logo antes deste céu magnífico cheio de nuvens desenhadas estavam as marquinhas mais perfeitas de duas maozinhas no vidro do carro. Sabendo que a mãe dela gosta de tudo limpo e impecável, Natalie perguntou: “ Voce vai passar um lencinho pra tirar a marquinha antes de tirar a foto mamãe?”

“Não”, disse balançando minha cabeça e tentando não chorar. “Nunca” susurrei, sabendo que algo tinha mudado na minha vida naquele momento.

E enquanto minhas filhas olhavam maravilhadas na mãozinha contra o fundo das nuvens perfeitas, percebi que a expressão na face de nós três combinava.

Nós três sorriamos. Sorrriamos.

Estas marcas das mãozinhas da minha filha, encontradas no lugar mais imaginável, serviu como um sinal divino para olhar com mais persistência, olhar por mais tempo, olhar  além da bagunça, além dos erros, e então encontrar vislumbres de beleza. Eu tinha certeza de que Deus estava me falando que quando fizesse isso iria reencontrar minha alegria.

Encontrar as bençãos em meio as dificuldades e desafios da vida viraram minha oração diária e meu caminho de volta pra alegria. E hoje, pode se tornar o seu caminho de volta pra alegria também:

Obrigada, manhã corrida. É no meio a caça aos sapatos, na busca por livros da escola e pelas mochilas que eu passo a apreciar os sábados nos quais ninguem tem pressa. Eu vou prestar atenção e apreciar os sábados.

Obrigada, casa constantemente bagunçada. É no meio dos montes de lençóis, na pia suja de pasta de dente e das meias abandonadas embaixo do sofa que eu encontro a evidencia de uma vida bem vivida. Eu vou prestar atenção e apreciar uma vida bem vivida.

Obrigada envelhecer. É quando eu enconto outro cabelo grisalho ou outra marca de expressão em volta da boca que eu percebo o presente de mais um dia. Eu vou prestar atenção e apreciar o presente de mais um dia.

Obrigada criança geniosa. É experimentando tudo um pouco mais rápido, mais barulhento e mais arriscado que eu percebo que é necessário coragem pra ousar.  Eu vou prestar atenção e apreciar a coragem.

Obrigada criança sensível. É experimentando tudo de uma forma mais emocional e profunda e mais calada que eu encontro  beleza de um coração sensível. Eu vou prestr atenção e apreciar um coração sensível.

Obrigada pontinha de culpa. É desejando ter feito as coisas diferentes que eu aprecio  oportunidade de segundas chances. Eu vou prestar atenção e apreciar as segundas chances.

Obrigada dias difíceis. Porque é olhando diretamente na cara da tristeza, dificuldade, medo, frustração, coração quebrado e preocupação que eu aprecio o fato de que eu prossigo. Eu vou prestar atenção e apreciar o fato de que eu continuo prosseguindo.

E eu vou continuar prosseguindo.

Porque até mesmo nos dias mais difíceis, mesmo nos momentos que me desafiam ao máximo, eu posso encontrar vislumbres de beleza se eu procurar por eles.

Então hoje eu vou prestar atenção e apreciar qualquer vislumbre de beleza divino que eu venha a encontrar.

E isto me trará alegria.

Gostou? Curta nossa página no face aqui pra se conectar com mais mamães reais!

Texto traduzido por mim com autorização da autora.  Este texto é parte do livro  Hands Free Life: 9 Habits for Overcoming Distraction, Living Better, and Loving More.

Share Button