Pais, não confiem em seus filhos!

Janeiro 13, 2020 at 10:30 pm

Estava conversando com uma mãe que disse ter se arrependido de confiar em seu filho.  “Meu filho é um bom menino, por isso não me importava de ir dormir e deixar ele passar as madrugadas, na época de férias, no celular ou computador em seu quarto.”

 O que aquela mãe descobriu, no entanto, é que bons meninos ou meninas também estão sujeitos a serem vítimas de más pessoas, más escolhas ou más influências.

Aquela mãe descobriu que não devemos confiar cegamente em nossos filhos. Crianças, pré-adolescentes e jovens são suscetíveis a serem influenciados, fazerem más escolhas, e isso não quer dizer que não são boas crianças. Por isso, precisamos sim estar atentos a tudo o que fazem. Checar o celular constantemente, colocar limites quanto a horários, perguntar com quem vão e aonde vão e ter muito cuidado ao enviá-los sozinhos a determinado lugar. 

A pornografia, tão difundida nos meios onlines, não escolhe quem vai atacar. “Boas crianças” estão tão sujeitas a clicar em um vídeo ou fotos indevidas e se viciar neste tipo de material quanto qualquer outra pessoa. O que dizer para uma mãe de uma meninas de 13 anos que está preocupadíssima porque a filha, a boa menina com notas excelentes na escola, viu conteúdo indevido e agora está viciada em pornografia? 

Boas crianças e adolescentes tomam decisões estúpidas, fazem más escolhas e são tentados. Conversando com uma amiga, ouvi ela dizer coisas que ressoam em meu coração: “as vezes parece que os pais confiam muito na gente, ou são até inocentes. Quando era pré-adolescente, meus pais confiavam totalmente em mim porque eu era uma boa menina.  Confiavam no meu grupo de amigos e nos deixavam sempre bem a vontade. Iam dormir enquanto o grupinho de amigos ficava assistindo programas e batendo papo na sala. Meus pais não tinham ideia das estupidez que fazíamos. Fiz, vi e experimentei muito mais do que devia naquela idade. Fico imaginando como deve ser pior hoje. Naquela época não tínhamos o celular e ainda assim, fiz tantas decisões estúpidas que poderiam ter custado minha vida”, disse ela. 

Pais e mães, boas crianças e pré-adolescentes estão vendo pornografia. Uma pesquisa nos EUA apontam que 1 em cada dez crianças ABAIXO de 10 anos vê pornografia frequentemente.

Entre 11 e 18 anos, 93.2% dos meninos admitem ver pornografia online enquanto que 62.1% das meninas admitem ver pornografia. A pesquisa também aponta que 46% destas crianças acham normal mandar fotos nuas para amigos. O mais interessante para mim é que a pesquisa diz que, dos mesmos pesquisados, 66% disseram que eles gostariam de viver em uma época que o acesso a pornografia não fosse tão fácil. Ou seja, as mesmas crianças e adolescentes que estão vendo pornografia  reconhecem o mal que ela trás e não gostariam de estar fazendo, mas já estão viciados. 

Está nas nossas mãos como pais fazer o que é possível para proteger nossos filhos deste mal. Conversar, limitar o acesso a celulares e computadores, instalar filtros e deixar bem claro para nossos filhos que nós já tivemos a idade deles, que sabemos como as coisas funcionam quando se juntam com amigos, e que vamos estar vigilantes o tempo todo.

Esses dias, toda nossa família estava em uma festa de aniversário de uma criança. Enquanto os adultos conversavam, as crianças brincavam em outro ambiente. Quando meu marido foi dar uma checada no que estavam fazendo, dois dos meninos ainda crianças (bons meninos, de boa família), estavam brincando o Jogo do Desmaio, uma brincadeira perigosíssima que já matou várias crianças.

Algumas das crianças que morreram nos EUA vítimas do jogo do desmaio.

Boas crianças de boas famílias podem fazer decisões estúpidas. Como pais, a confiança exagerada nos nossos filhos é perigosa. O que fazer então?

  1. Converse, converse e depois de conversar muito, converse mais um pouco – Alguns pais acreditam erroneamente que evitar certos assuntos é mais fácil ou melhor caminho, mas a verdade é que as crianças estão expostas a todo tipo de informação. Trabalho em uma escola e também sou professora de crianças na igreja, e as vezes fico de cabelo em pé ao ouvir as crianças se abrindo sobre tudo o que eles sabem ou já viveram. Por isso, converse. Fale sobre escolhas e consequências, fale sobre drogas, sobre brincadeiras inconsequentes. Não tenha medo de dialogar com seus filhos.
  2. Coloque limites claros – Limites não fazem uma família chata, pelo contrário: limites protegem a família e os filhos. Estabeleça limites claros sobre uso de eletrônicos, relacionamentos com amigos, horários  e que tipo de comportamentos são aceitos na família. Crianças sentem-se protegidas e amadas quando a limites claros. Aqui em casa, por exemplo, meus filhos adoram receber amigos e eu acho que isso é parte saudável do crescimento. Mas eles nunca são permitidos a estar em um quarto com porta fechada. Eles nunca podem ficar acordados em computadores ou telefones depois que eu e meu marido fomos dormir. Quando nós,  pais, vamos dormir, eles também devem ir dormir. Os computadores e ipads estão em ambientes abertos e eles precisam me avisar quando vão usar e o que vão assistir ou jogar.  Vida chata? De jeito nenhum! Nos divertimos muito em família e com amigos. Limites não significam falta de diversão ou de uma vida interessante. 
  3. Limite acesso a tecnologia – Pense muito bem antes de dar um celular ao seus filhos, mas se decidir dar, tenha limites claros para celulares e computadores. Coloque filtros, mantenha-os em lugares de área comum da casa, e cheque diariamente as mensagens de texto, What’s app etc… Pense muito bem também antes de permitir que seu filho se registre em redes sociais, pois se você permitir que tenha, será mais uma coisa pra checar diariamente. 
  4. As vezes, por causa da correria do dia a dia ou porque não queremos ter o trabalho, negligenciamos o cuidado que deveríamos ter com nossos filhos e as consequências não são boas. Fazemos olho grosso a certas coisas pra não ter o trabalho de educar e corrigir. Pode parecer mais fácil agora, mas infelizmente o barato sai caro. 

5. Tenha uma vida familiar alegre e de paz – Em um lar onde existe alegria, paz, diversão e amor mútuo, tudo tende a funcionar melhor. A criança  que se sente amada e protegida, a criança que tem suas necessidades emocionais e físicas supridas, e a criança que tem um relacionamento bom com os pais  tem uma probabilidade maior de fazer boas escolhas. 

Não temos como proteger nossos filhos de tudo nem garantir que eles nunca farão más decisões, mas nossa responsabilidade é orientá-los continuamente e diligentemente. É impossível controlar todos os aspectos da vida deles e é claro que conforme vão crescendo, vão ganhando também mais liberdade. Mas não podemos negligenciar nosso trabalho de orientá-los, colocar limites e exercer nossa autoridade. Pais, não confiem cegamente em seus filhos!

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