Errou! Desenhe um coraçãozinho vermelho
Aqui em casa amamos fazer cartões. Volta e meia, quando estou tentando cozinhar e os meninos estão sem ter o que fazer, sugiro a eles que sentem-se na mesa da cozinha e façam um desenho ou um cartãozinho pra dar a algum amigo ou pra enviar à família no Brasil. Semana passada o Ian estava super empolgado. Era aniversário dos seus dois maiores heróis: o papai e o mano Joshua. Ele acordou cedo e veio me dizer que queria fazer um cartão para o papai. Como de costume, peguei os materiais e fiquei observando ele trabalhar. Foi uma daquelas cenas que nunca vou esquecer, que fotografei no meu coração. Duas mãozinhas tão pequenas trabalhando com tanto afinco e amor pra fazer um presente especial para aquele que ele ama. Podia notar a dedicação e esforço que ele colocava ali. Até que o inevitável aconteceu: as mãozinhas de um menininho de 3 anos não são ainda tão coordenadas e ao tentar escrever o nome dele, uma das letras saiu errado. No mesmo momento a alegria transformou-se em tristeza e até desespero por ver todo seu trabalho arruinado. Lágrimas começaram a cair pelo seu rostinho encima do papel. Eu, tentando consertar, disse: “Não faz mal meu amor, quando a gente erra, nós desenhamos um coração vermelho por cima e pintamos dentro, cobrindo tudo o que está errado.” Os olhinhos dele voltaram a brilhar e desenhamos um coração por cima das letras erradas, pintando-o de vermelho por dentro para cobrir todos os erros.
Hoje fui ao médico levar meus meninos para a consulta anual. Algo fora da rotina tinha acontecido, e a médica estava muito atrasada com seus pacientes. As mamães, que já estavam esperando fazia um bom tempo, estavam nervosas e impacientes, reclamando constantemente. O clima estava pesado. Até que de repente, as crianças que também estavam ali esperando começaram a brincar no chão, com alguns brinquedos que por ali estavam. Um começou a cutucar o outro, se entre olhar, e em questão de poucos minutos a sala de espera estava cheia das risadinhas gostosa que só criança sabe dar. Aquela risada inocente, natural, cheia de vida que alimenta nossa alma. As risadinhas foram tão contagiantes que em poucos minutos o clima do ambiente tinha mudado. Já não se via mais mamãe emburradas nem recepcionistas acuadas. Era impossível olhar para aquelas crianças e não se alegrar. Lembrei do versículo que diz: “Uma resposta delicada anula a irritação.” Nem que as vezes a resposta calma venha através da risadinha das crianças.
Quando voltamos do médico, foi a vez do meu filho mais velho, o Josh, querer fazer um cartão para um amigo que está de aniversário. Como estava cozinhando, eu não prestava muita atenção no que ele fazia. Quando terminou, ele veio até mim mostrar sua obra de arte. Em meio as palavrinhas e desenhos, vários coraçõezinhos pintados de vermelho. Eu, sem entender – pois já nem me lembrava mais do cartão que o Ian preparara na semana anterior – lhe perguntei: “Josh, por que você encheu seu cartão de corações?” Ele respondeu: “lembra aquele dia mamãe, que o Ian estava chorando porque tinha errado o nome dele… você disse que cada vez que a gente erra precisa desenhar um coração vermelhinho encima. Então esses coraçõezinhos são pra cobrir as coisas que eu fiz errado. “
Na hora lembrei: Mas, sobretudo, tende sincero amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá muitíssimos pecados” 1 Pedro 4:8
Quando inventei a história de pintar o coração, tudo que queria era consolar meu lindo menino que tinha visto todo seu trabalho perdido. Dias depois, acabei aprendendo que a maior lição que podemos ensinar aos nossos filhos é a do amor que cobre todos os nossos erros!
Que minha vida seja um lindo cartão coberto de coraçõezinhos vermelhos lembrando-me diariamente que tudo que precisamos e tudo que podemos dar é amor, graça e misericórdia!
“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele.” João 3:16-17
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