Criança também merece ser respeitada
Hoje levei meu filho, o Ian, a uma consulta no otorrinolaringologista. Ele teve uma pequena cirurgia nos ouvidinhos há alguns anos e precisa ser visto a cada 6 meses. Tudo correu bem mas o que me chamou muito a atenção foi o respeito da enfermeira e do médico com meu filho. O Ian tem apenas quatro anos então estava esperando que os funcionários daquele local se dirigissem apenas a mim, como mãe. Mas durante toda a consulta, a cada procedimento, a médica e enfermeira explicavam tudo o que ia sendo feito ao meu filho. Ao entrar na sala, o cumprimentaram pessoalmente e logo em seguida lhe explicaram: agora vamos medir sua pressão, vou colocar isto no seu braço e você vai sentir um apertão. Depois, na hora de fazer os testes nos ouvidos, a doutora mostrou para ele o aparelho que colocaria em seu ouvido, pediu pra que ele apertasse e visse como era macio e mostrou tudo que seria feito. Meu filho se comportou super bem, ouviu cada instrução e não ficou assustado em nenhum momento.
Percebi que crianças querem e precisam ser respeitadas, assim como nós adultos. Nenhum de nós se sentiria bem de ir a um médico e não receber nenhuma explicação do que está acontecendo. Como nos sentiriamos se alguém enfiasse algo dentro do nosso ouvido ou nariz sem nenhum aviso, sem pedir permissão? Por que assumimos então que seria diferente com as crianças? Será que elas são uma segunda classe de seres humanos, que não precisam de respeito?
A Bíblia nos diz em Efésios 6:4 “ Pais, não tratem os seus filhos de um jeito que faça com que eles fiquem irritados ou irados. Pelo contrário, vocês devem criá-los com a disciplina e os ensinamentos do Senhor”. Alguns ponto importantes a pensarmos são:
Os sentimentos: Nós adultos temos dias que não estamos nos sentido tão bem ou estamos irritados por causa de um problema mas temos a expectativa de que nossos filhos vão estar sempre bem, e exigimos que eles nunca tenham um dia mau. Claro que temos que ensiná-los sobre domínio próprio mas também precisamos acolhê-los e ensiná-los a lidar com seus sentimentos, em vez de simplesmente ignorá-los. Uma criança pode se sentir assustada quando um outro adulto quer segurá-la ou pode ficar triste quando alguém quebra seu brinquedo. Um simples “eu entendo” pode consolar a criança e mostrar que nos importamos com o que eles sentem. Esses dias pedi ao Ian que fisesse um cartão de aniversário pra um amigo. Ele fez um desenho bonito e pintou o céu inteirinho de preto. Uma pessoa que estava nos visitando lhe disse: “agora você estragou o cartão, pintando o céu todo de preto. Ficou feio e eu não ia gostar de ganhar este cartão.” Ele me olhou e disse: “mamãe, eu pintei o céu de preto porque no meu desenho tá de noite.” E a pessoa continuou: “mas preto não fica bom”, e então o Ian olhou pra mim e disse, “fica, né, mãe?”. Agora eu tinha os dois olhando pra mim, a visita e meu filho, esperando uma resposta sobre o cartão. Não queria ser rude com a visita mas sabia do esforço que ele tinha colocado naquele cartão então disse: “eu achei criativa a idéia do céu preto pra indicar que está de noite. Quem sabe você pode fazer uma lua e umas estrelas amarelas e vai ficar bem bonito”.
Palavras: Uma das coisas que realmente me doem no coração é quando ouço alguém humilhando uma crianças com suas palavras. Apelidos maldoso, rótulos e comparação podem matar uma criança por dentro: “A língua benigna é árvore de vida, mas a perversidade nela deprime o espírito.” Provérbios15:4. Use palavras de respeito para com seu filho. Sempre que a correção for necessária, trate a ação do seu filho mas não deixe que as dificuldades dele o definam. Exemplo: “você está mentindo” é diferente de “você é um mentiroso”.
Seja justo: Não use duas balanças, duas medidas. Nada de punir seu filho por contar mentiras se você mesmo vive contando mentiras ou mandando ele falar que você não está quando você não quer atender o telefone.
Explique, converse, ensine: Algo que aprendi por experiência própria: quanta briga e desgaste são evitados quando aprendemos a nos comunicar bem com nossos filhos. As crianças são mais inteligentes do que pensamos e quando explicamos o motivo por trás de determinada ordem é bem possível que elas irão atender. Se seu filho está esperando que você vai levá-lo ao parque e os planos mudaram, avise-o com antecedência e explique os motivos. Explique por que ele tem que ir no dentista e quais procedimentos serão necessários. E mesmo quando for necessária a disciplina, explique ao seu filho por que ele está sendo disciplinado. A disciplina não deve ser usada pra descontar nossa raiva mas sim para ensinar aos nossos filhos que determinado comportamento não é aceito pois é prejudicial a eles mesmos ou aos outros.
Existe um famoso ditado popular que diz “respeito é bom e todo mundo gosta”, e isso inclui as crianças. Claro que nossos filhos devem nos respeitar, pois somos autoridades instituídas sobre a vida deles. Por outro lado, não devemos abusar desta autoridade e tratar nossos filhos com desrespeito. O respeito vem do reconhecimento de que eles são vidas preciosas, que são indivíduos que merecem atenção, cuidado e dignidade.
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