Ah, que dia feliz!
Música de Natal tocando, chuvinha fina lá fora, o cheirinho da madeira queimando na lareira enquanto na sala ouvem-se risadinhas, animação e expectativa enquanto montamos nossa árvore de Natal. E por alguns minutos, observo meu filhos e penso “ah, que dia feliz na casa da família Schulze”.
Porque por anos e anos sonhava com o dia no qual teria minha casinha, e minha árvore de Natal e meus filhinhos para ajudar a montá-la. E não importa se a realidade não é como os filmes de Hollywood nem os comerciais de margarina. Não importa se o cd com músicas natalinas de vez em quando dá uma engasgada porque um menininho com a mão suja de nutella insistiu em ajudar a colocar o cd no aparelho. Também não importa se, entre uma e outra risadinha, sai um gritinho ou um chorinho porque “eu queria colocar aquela bolinha e o fulano pegou”.
Tão pouco importa que a árvore de Natal está quase escondida no meio da pilha de brinquedos e nem que não moramos na casa que seria perfeita, que vi numa foto dessas revistas.
Porque uma foto pode parecer perfeita, mas ela não tem vida. E onde há vida, há também desafios e dificuldades. Onde há vida, existe gritinhos e chorinhos “porque eu que queria pendurar a bolinha vermelhinha”. Porque onde há vida, tem pratos sujos na pia e cd marcado de nutella. E onde há crianças, tem brinquedos que quase escondem a árvore e marcas de giz pelas paredes.
Sempre sonhei em ter minha casinha, nossa árvore de Natal, nossa família e nossos filhinhos pra ajudar a montá-la. Junto, vieram os brinquedos, a Nutella, as briguinhas por coisas bobas e pilhas de roupa pra lavar.
Ainda assim, paro e suspiro: “ah, que dia feliz na casa da família Schulze” Não trocaria tudo isso por nada!