“Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas.” (Mateus 5:41)

Tenho que confessar uma coisa pra vocês: eu até que sou boa em andar a primeira milha, mas quando chega a vez de encarar a segunda, as coisas ficam feias pro meu lado. Explico: já estou acostumada com a vida de mãe, a correria rotineira, os tantos afazeres e o constante servir:

– “Mãe, preciso disso.”

– “Mãe, quero aquilo!“

– “Amor, você poderia me ajudar com isto?”

Sabe as coisas rotineiras que fazem parte da vida de uma mãe? Lido até bem com elas e já não fico tão nervosa ou ansiosa por causa delas. Já me acostumei a comer comida fria, tomar banho em cinco minutos e ser a última a me arrumar.

Mas aí vem aqueles dias, aqueles dias que tudo parece dar errado e aí a coisa muda de figura.

Esses tempos passamos meses guardando dinheiro e planejando umas férias em família na praia. Finalmente chegou o tão esperado dia e assim que chegamos lá o maridão e um dos moleques ficaram doentes. E lá estou eu, frustrada, chateada e brava (muito brava – com o vírus, com o filho, com a vida e especialmente com o marido) porque a minha tão sonhada e esperada férias na praia seria arruinada. Em vez do cheiro do mar, o cheiro de fraldas sujas de diarréia. E lá estava eu pensando: “poxa, eu estou acostumada a cuidar dos meus filhos sempre e quantas vezes já cuidei deles quando ficaram doentes,  mas bem nas minhas férias eles tinham que pegar este vírus? Que sacanagem!”.

Então, explicando o assunto da segunda milha: Nos tempos Bíblicos, os soldados romanos recrutavam pessoas para levar seus pesados equipamentos por uma certo trecho do caminho. Imagino que aqueles pessoas não gostavam nenhum pouco de ter que carregar todos as bagagens dos soldados por uma milha e agora vem Jesus dizendo que além de fazer o que os soldados exigiam, eles deveriam ir além e fazer ainda mais do que lhes era pedido?

Talvez como eu, você se sinta chateada ou desafiada quando sente que a vida está exigindo demais de você. Pode ser uma enfermidade, pode ser um adolescente cheio de hormônios que está te deixando louca ou até seu marido que está passando por uma crise e você sabe que, em meio a tudo isso, é o momento de andar a segunda milha – continuar amando, continuar servindo, continuar acreditando. Hoje compartilho com vocês pequenas histórias reais de pessoas que em meio a dificuldades, em meio a perdas e a até em meio a dor resolveram continuar a jornada e andar a segunda milha:

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Um famoso pastor americano recebe o temido diagnóstico de cancer. Apesar de toda a oração da igreja e de sua família, em poucos meses ele vem a falecer. Seu filho, também pastor, assume os compromissos do pai e vai passar alguns dias no Brasil ensinando e ministrando em uma igreja. Chegando lá, o homem responsável por traduzi-lo conta a ele que há poucos meses ele também perdeu sua esposa para o câncer. Após o culto daquela noite, uma mulher de meia idade chega até os dois, o pastor e seu tradutor, pedindo se eles poderiam fazer uma oração por ela, intercedendo por um milagre pois ela estava com câncer. Ali, em meio a dor, a dúvida e questionamentos, aqueles dois homens, que recentemente perderam seus familiares queridos, decidem caminhar a segunda milha, pois o amor tudo pode, tudo crê, tudo suporta e oram por aquela mulher, vivendo por fé e não por vista. Quão grande surpresa foi receber meses depois a notícia de que aquela mulher fora curada.

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Durante anos, ela tentou se dar bem com sua sogra. Fez o possível para agradá-la: comprou presentes, tratou-a com carinho e respeito e tentou se aproximar, tudo sem sucesso. A sogra sempre fez questão de deixar bem claro que não aprovava a escolha do filho de casar-se com ela. Anos se passaram e a saúde da mãe do seu esposo só tem piorado. Ela já não pode mais viver sozinha e precisa de um lugar para ficar. Será que você pode andar a segunda milha, pergunta o Mestre? E ali está ela, abrindo a porta da sua casa e dedicando-se diariamente para cuidar de sua sogra, que nunca gostou dela.

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Por anos e anos ela tem servido e amado sua família e esposo, na esperança de um dia ter um casamento feliz. Mas agora ela se sente cansada. O egoísmo e ingratidão de seu marido já a machucaram muito. Quando ela se sente tão cansada a ponto de desistir, ela ouve a voz do Mestre a chamando:será que você pode andar a segunda milha? Mais uma oração, mais uma refeição servida, mais uma palavra doce e carinhosa, mais um dia, mais um mês e possivelmente mais um ano?

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“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso.

Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas.

Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.

Mateus 11:28-30