A recompensa de uma mãe não está debaixo dos olhares
Este ano fomos tirar umas férias bem gostosa no Brasil. Visitamos familiares e amigos e foi um tempo bem agradável. Em várias das oportunidades, era comum alguém vir e elogiar meu maridão: “nossa, como o Christian te ajuda com as crianças, ele é um paizão.” Até que estava curtindo todos os elogios que ele recebia, mas de repente começou a ficar um pouco demais pro meu gosto: “nossa, já sei porque você encarou ter três filhos, teu marido cuida o tempo todo das crianças,” disse uma amiga. Sério????
Sabe aqueles desenhos infantis em que de um lado aparece um balão com um anjinho dentro e do outro lado um balão com um diabinho dentro dando sugestões? Esta era eu. Sou muito grata porque o maridão entende a importância do papel de pai na vida dos filhos e dele estar sempre do meu lado investindo na vida das crianças.
Mas por outro lado a necessidade de reconhecimento ia me deixando furiosa. Pera aí, meu marido sai pra trabalhar cedo e só volta de noite. Sou eu quem fico em casa, dou banho, vou no mercado, cozinho, limpo e me descabelo, e agora vem esse pessoal e fica me dizendo que o meu marido é quem faz tudo. Será que ninguém vê as vezes que ele vai viajar e eu fico com os três sozinhos? Poxa, é ele quem levanta e se arruma todo bonitão pra ir trabalhar e sou eu quem fico em casa e começo (e muitas vezes termino) o dia com o mesmo agasalho surrado. E agora minha amiga dá todo o mérito pro meu marido?
E de repente, me peguei ressentida com os elogios que meu marido recebia. Não porque não o amo, não porque não reconheço o quão duro ele trabalha pra prover pra nossa família e o quão abençoada sou de tê-lo do meu lado, mas simplesmente porque tantas vezes minha alma quer reconhecimento. Porque, infelizmente, às vezes transformo este lindo ministério da maternidade em um trabalho. Um trabalho que necessita de reconhecimento público, de promoções, de elogios e de remuneração. Um trabalho onde existe competição de quem faz mais ou de quem é melhor. Mas a maternidade é exatamente o oposto disso.
Jesus nos disse: “Tu, porém, quando deres uma esmola ou ajuda, não deixes tua mão esquerda saber o que faz a direita.” Mateus 6:3 . Isso muitas vezes me incomoda. Me incomoda porque vivemos em uma cultura que dá credibilidade a quem se destaca e defende os seus direitos, aquele que recebe todos os créditos e elogios pelo seu trabalho. Qualquer tipo de ato de generosidade precisa estar debaixo dos holofotes, dos olhares, do face ou do instagram.
A beleza em ser mãe, porém, é que a recompensa vem de uma forma tranquila e longe dos olhares. A forma como uma criança envolve seus braços em volta de seu pescoço e sussurra: “Eu te amo mamãe”, e ninguém ouve isso, exceto você, e isso é perfeito. Porque isso é o suficiente. Porque isso faz com que nossas motivações sejam puras, que façamos não por recompensa, mas simplesmente pelo mais puro amor que nos impulsiona a servir, mesmo quando ninguém está vendo!
Então já não importa de quem ou para quem são os elogios, se os outros reconhecem o meu esforço ou se tudo que faço fica em secreto, pois a maternidade não é um trabalho, é um dar-se totalmente por amor e isto só acontece quando estamos longe dos holofotes.
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