Recentemente acompanhei uma campanha feita pra diminuir a comparação entre as mães. A campanha era composta de várias fotos de mães segurando cartazes que diziam: “eu fiz cesárea” e a outra “eu fiz parto normal”, ou então “só comemos comidas naturais” e “meus filhos comem doces e fast food a vontade”. Se você não viu as fotos, aqui estão: http://ctworkingmoms.com/2013/06/11/end-the-mommy-wars-special-photo-edition/

Achei interessante o objetivo da campanha, de unir as mulheres e mostrar  que não estamos em uma competição pra ver quem é a melhor mãe, melhor esposa ou ganhar o prêmio de mulher perfeita. Por outro lado vou ter que discordar um pouco do que esta campanha parece estar dizendo! Embora seja  a favor da amizade sincera entre nós, mulheres, sem raivas, disputas e comparação,  e também  de que sejamos mamães e mulheres confiantes, acho importante ressaltar que não podemos assumir que qualquer tipo de atitude ou decisão que tomamos vai ser boa para nossos filhos, nossas famílias e até nós mesmas.

Então, se por um lado viver de baixo de culpa, condenação e comparação não são saudáveis, por outro lado também acredito que viver debaixo da idéia de que não se pode questionar nada também não é saudável.

Para mim, o balanço pode ser encontrado nas sábias palavras de Paulo: “Examine-se, pois, o homem a si mesmo”. 1 Coríntios 11:28 ou então: “De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. Romanos 14:12

Logo quando eu e meu marido casamos, precisamos trocar o carpet da casa. Fomos na loja e na euforia comprei um carpet lindo, bem clarinho e nenhum pouco resistente aos abusos do tempo! Cada dia que olho pras centenas de manchas no carpet ou tenho que passar horas lavando-o, fico pensando como fui boba de não ter feito minha lição de casa antes de comprá-lo. Deveria ter pesquisado, visto os prós e contras e analisado!  Acho que aprendi a lição e como mãe de três lindos meninos, sempre busco me informar, conversar e orar antes de tomar qualquer decisão que afete minha família. Isto vai desde a questão da saúde física, como que tipo de parto fazer e qual tipo de alimentação oferecer; passa por questões emocionais e sociais, como o tipo de escola que devo matriculá-los, quais tipos de ambientes frequentar ou aonde vamos investir nosso dinheiro; e vai até decisões espirituais seríssimas, sobre quais os valores que queremos ensiná-los sobre Deus, amor e caráter! O fato de pensarmos e meditarmos sobre um determindado assunto não nos traz garantia de que sempre acertaremos! Várias e várias vezes acabamos decidindo por coisas que não foram as melhores. Mas ainda assim, é sempre importante fazermos uma análise, um balanço de nossas vidas a cada quanto e antes de tomarmos decisões!

Hoje em dia a mídia nos bombardeia de informações. Temos que ser extremamente cuidadosas com o que vemos e ouvimos e como isto nos afeta e influencia. Muita coisa é dita e escrita e nem tudo deve seguir de padrão e norma para nossa família! Até mesmo pessoas com conhecimento, como médicos, doutores e pastores, podem ensinar coisas que não condizem com o alicerce sobre o qual estamos edificando nossas famílias.

Esses dias ouvi alguém fazer uma critica a uma determinada pessoa famosa. Imediatamente muitas pessoas saíram em defesa e acharam um absurdo as observações feitas, dizendo que não devemos julgar. Bem, acho que existem dois pontos distintos aí: o primeiro é que não devemos ter uma postura crítica, de julgamento sobre os outros. Jesus mesmo nos disse quem somos nós para retirarmos um pequeno cisco do olho dos outros quando nós mesmos temos um pedação de um galho nos nossos olhos. Por outro lado, creio que devemos sim analisar todas as coisas, especialmente quando se trata de um ensino ou direção que alguém está nos dando. Podemos criticar, discordar e analisar uma idéia ou pensamento sem necessariamente julgarmos ou desrespeitarmos a pessoa em si.  Outro exemplo de Paulo: “Logo que anoiteceu, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Beréia. Chegando ali, eles foram à sinagoga judaica. Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo.” Atos 17:10-11.

O apóstolo Paulo estava na época ensinando algo novo pro povo judeu nas sinagogas. O relato nos diz que as pessoas da cidade de Beréia foram nobres, pois em vez de simplesmente rejeitar tudo que Paulo ensinava, ou por outro lado, aceitar sem questionar, eles analisavam e examinavam nas escrituras para ver se o que ele falava correspondia!

Então se por um lado não vou julgar ou condenar uma mãe ou determinada pessoa por pensar ou agir diferente de mim, por outro lado não preciso concordar com ela. Podemos sim discordar e ainda assim nos respeitar e amar!

Fico muito feliz quando recebo mensagens e emails de vocês, queridas mamães e leitoras do blog. Entre vários emails, demontrações de carinho e pedidos de oração, de vez em quando recebo um email ou mensagem de alguma mãe me dizendo: “Tathi, não fique chateada, mas discordei de você nisto ou naquilo”. Minha resposta é sempre a mesma: “Chateada, de forma alguma! Fico honrada que você, primeiramente, tirou seu tempo para ler meu texto.  Segundo, refletiu sobre o assunto, analisou o que foi dito e tirou seu tempo pra me escrever.” Já que hoje estou falando muito do nosso amigo Paulo, termino com mais uma citação dele: “Examinai tudo. Retende o bem”. 1 Tessalonicenses 5:21.  E se você ainda não leu, pode ler também mais sobre o assunto da culpa materna em meu artigo Adeus Culpa, Bem-vinda confiança