Maternidade e Paternidade Reinventadas: Crianças que educam a si mesmas.

Em um artigo da Folha de São Paulo sobre culpa materna, uma terapeuta disse que com a quebra do modelo tradicional da família, as mães precisam reinventar a maternidade e que :

“As relações entre mães e filhos são de igual para igual. As crianças participam muito mais do próprio processo educativo”* , diz ela.

Com todo respeito a profissional que escreveu isto (e também reconhecendo que as mães são sim demasiadamente cobradas muitas vezes) tenho que discordar da afirmação dela. Biblicamente falando, esta nova tendência de igualdade entre pais e filhos e a ideia de que por causa da vida moderna, do novo papel da mulher na sociedade e da ruptura das famílias, as crianças devem “criar a si mesmos, se auto-educar”, é uma grande mentira que tem como objetivo destruir a próxima geração.

A verdade é que crianças não têm a mínima condição de se auto-educar. Elas dependem sim totalmente de um adulto que assuma a esponsabilidade de ensiná-las, de guiá-las, de suprir emocionalmente e fisicamente suas necessidades.

Não deveria existir a tal igualdade entre pais e filhos, no sentido de que pais podem negligenciar suas responsabilidades com os filhos em nome de buscar seus próprios interesses. Os tempos podem ter mudado, mas a Palavra de Deus não muda e as crianças precisam continuar sendo guiadas e orientadas no percurso da vida e esta responsabilidade é dos pais.

Se não queremos assumir esta responsabilidade, é simples: não tenhamos filhos.

Mas a Bíblia nos diz:

“Nós que somos fortes devemos ter consideração pelos fracos, e não agradar a nós mesmos.
Devemos agradar ao próximo visando ao que é certo, com a edificação deles como alvo” (Romanos 15:1,2).

“Pais, não tratem seus filhos de modo a irritá-los; antes, eduquem-nos com a disciplina e a instrução que vêm do Senhor.” Efésios 6:4

Conversando com uma moça, ela me contou como foram difíceis os anos de sua adolescência, pois quando seus pais se divorciaram, o pai foi viver com a nova família e passou a negligenciar os filhos. A mãe, emocionalmente abalada, foi buscar alívio para suas dores em noitadas fora de casa com amigas e namorados. Ela, que vivia o momento delicado da juventude, se viu num papel de “confidente” da mãe e negligenciada pelo pai. Várias vezes, disse ela, embora entendesse a dor da mãe, sentia-se ressentida porque a mãe passou a viver como uma adolescente e tratava a filha como uma amiga, de igual para igual . Mas tudo que esta moça queria é que sua mãe fosse sua mãe! E que seu pai tomasse posicionamento de homem que arca com suas responsabilidades e palavra.

Embora nossa cultura busque destruir a ideia da família e do lar, a verdade é que um lar estruturado, onde cada membro ocupa e desenvolve suas funções de acordo com a Palavra, e onde a autoridade dos pais é exercida com equilíbrio e amor, continua sendo a coluna da sociedade.

Sabemos sim, que em muitos casos, situações fogem do nosso controle. A viúvez, um divórcio não desejado, uma mãe ou pai solteiro. Nestes casos, precisamos nos lembrar da promessa do Senhor, que Ele é o protetor do órfão e da viúva, Ele é quem troca a tristeza por alegria, Ele é quem faz a solitária habitar em família. E enquanto colocamos nossa total confiança Nele, não deixamos de exercer com amor e paciência nossa responsabilidade com nossos filhos, de ensiná-los no caminho que devem andar.

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1205200213.htm


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