Será que a grama da vizinha é mais verdinha mesmo?

Agosto 30, 2014 at 12:47 pm

Esses dias tive uma experiência interessante: foi a primeira vez que não pude ir a um passeio da escola do meu filho. Na ocasião, eles não permitiam que se levasse outras crianças menores e meu marido não podia faltar trabalho, então ele foi com as professoras e alguns outros pais voluntários. Depois que deixei-o no lugar do passeio, com o coração um pouquinho apertado, fui a um parque perto pra brincar com meus outros meninos enquanto esperava por ele.

DSC08447Uma das atividades que meu meninos amam fazer é alimentar os patos, então sempre guardo pães e biscoitos velhos. Neste dia, tínhamos um estoque enorme. Assim que chegamos ao parque, fomos ao rio e os patinhos e gansos todos se aproximaram. O Ian começou a jogar os pãezinhos e a cena que se seguiu me ensinou muito. Um dos animais – não sei se era um pato, ganso ou qualquer outra coisa parecida – me desculpe, mas sou péssima com essas coisas – ficou tão bravo porque outros patos também queriam comer o pão, que tudo o que ele fazia era atacá-los. Nós tínhamos muito pão; havia provisão suficiente para todos os patos. Mas aquele patinho estava tão preocupado com o que os outros estavam comendo que ele mesmo estava perdendo de se alimentar. Foi bem curioso, pois cada vez que jogávamos um pãozinho, ele voava em cima dos outros patos, tentando bicá-los e fazendo sons, e enquanto ele estava tão preocupado em impedir que os outros patos comessem, tentando espantá-los, os pães eram levados pela correnteza e ele perdia a oportunidade de se alimentar. Até o Ian, com três aninhos notou: “Mamãe, aquele quaquá tá bravo e não quer deixar ninguém comer!”

No caminho de volta para casa, depois de pegar o Josh no local do passeio, aquela cena não saía da minha mente. Fiquei pensando como nosso Pai tem uma abundância de bençãos e provisão para nós diariamente, assim como nós tínhamos muito pão para aqueles patos. Mas às vezes estamos tão focados no que os outros tem, ou em como é a vida deles, aonde eles chegaram e o que conquistaram, que nos esquecemos de desfrutar e aproveitar aquilo que nós temos. E assim o nosso pãozinho – nossa alegria, os momentos diários, as pequenas satisfações da vida, – vão passando por nós e descendo correnteza abaixo. Perdemos momentos e oportunidades preciosas porque estamos mais preocupados em nos comparar com os outros do que desfrutar aquilo que nos é dado, o dom da vida!

Já ouviu aquela frase que diz que a grama do vizinho sempre é mais verde? Tenho uma amiga que tirou um fim-de-semana para participar de um congresso só para mulheres em uma outra cidade. Como não pude ir, na semana seguinte liguei para ela pra saber como tinha sido. Primeiro, ela me disse que as palestras tinham sido interessante. Depois, começou a me dizer que desde que ela voltou, o único pensamento que passava pela mente dela era se separar do seu marido. Na hora, matei a charada: você está pensando isso porque lá na viagem você ficou conversando com suas amigas e elas começaram a contar coisas sobre a vida delas, e agora você está sentindo que seu casamento, sua família e sua vida não são bons o suficiente, não é verdade? Ela refletiu e confirmou que isto era o que tinha acontecido. Como eu sabia? Simples! Já aconteceu comigo também de sair com amigas pra conversar ou passear e voltar triste por achar que estou fazendo tudo errado, ou que estou perdendo meu tempo me dedicando à criação dos meus filhos, ou que ainda não emagreci o suficiente depois que tive filhos etc. De fato, um dia até vi uma pesquisa que mostrava que quando um grupo de amigas se reúne para conversar, dependendo do tipo de assunto que é tratado e como o assunto é abordado, as mulheres saíam mais felizes ou  deprimidas da conversa. Theodore Roosevelt resume bem: “A comparação é o ladrão da alegria”

Cada um de nós tem seus próprios desafios e alegrias, vitórias e dores. Talvez olhando de fora até pareça que a grama da sua amiga ou vizinha é mais verdinha, que a vida dela é mais fácil, mas a verdade é que a Bíblia nos diz que Deus não nos dá prova que não possamos suportar (1 Coríntios 10:13). Além disso, quando olhamos pra vida de outro, estamos olhando de longe e só vemos o que a pessoa permite que vejamos. Já viu aquelas fotos da praias tiradas com filtro ou editadas? A cor da água é verde esmeralda, a areia branquinha e o céu um azul perfeito. Aí quando você chega lá na praia a realidade é um pouco diferente. O local é bonito, mas está longe de ser a perfeição da foto!

Não quero ser como aquele patinho bravo que estava tão preocupado com o que os outros patinhos estavam recebendo que acabou deixando a correnteza levar por água abaixo o pãozinho dele. E creio que o remédio perfeito pra se vencer a comparação é um coração agradecido: “Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (1 Ts 5.18).

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Obs: Além de cuidarmos com a comparação em nossas vidas, é extremamente importante que evitemos a comparação entre nossos filhos e outras crianças. Recomendo a leitura deste texto: O Ladrão da Alegria

 

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