De Mãe Frustrada a Mãe Feliz
É comum alguma amiga me dizer que eu nasci pra ser mãe, pois segundo elas, eu curto muito meus filhos. Embora fique agradecida com o elogio, ele não é bem verdadeiro. Primeiro porque tenho vários momentos de loucura e stress. Em segundo lugar porque lá no começo da minha caminhada, nos primeiros meses com meu filho mais velho, as coisas eram bem diferentes…
Quando tive meu primeiro filho, foi a realização de um sonho, provavelmente o maior dos meus sonhos. Estava encantada com a beleza do meu filho; meu coração já não pertencia mais a mim mesma. Por outro lado, me sentia exausta o tempo todo, era escrava do relógio, e o principal: não conseguia de forma alguma cumprir toda minha lista de tarefas a realizar: Trabalho, ministério, compromissos, casa pra cuidar, comida pra fazer, marido que precisa de atenção e pessoas que sempre tem expectativas do que eu deveria ser ou fazer! Se você é mãe, acho que você conhece bem esta lista! Embora amasse meu filho de todo meu coração, não estava gostando dessa tal de “vida de mãe”.
Até que quando meu filho tinha uns 14 meses, tivemos uma notícia que trouxe muita alegria: estava grávida novamente! A felicidade veio acompanhada de uma convicção: se quisesse ser uma boa mãe pros meus filhos, aproveitar este momento tão lindo da infância deles e manter minha sanidade mental, precisava mudar certas coisas na minha vida!
Foi aí que comecei a aprender sobre estações: Eclesiastes 3:1 diz: “Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu.” Percebi que estava vivendo uma nova estação, um novo tempo em minha vida. E que se eu quisesse viver com excelência e alegria aquele momento, teria que aprender a priorizar o que realmente era importante naquela fase.
Vivo com minha família em Atlanta, e existe algo que amo na cidade onde moro: aqui as estações do ano são bem definidas. Temos o verão, que vem acompanhado do sol e muito calor; o outono, com as lindas cores das árvores, laranjas e amarelas, criando uma vista digna de cartão postal; o inverno, com muito frio e várias vezes a esplêndida neve; e a primavera, que vem acompanhada de árvores floridas que embelezam a cidade, mas também do polem, que causa alergia em muita gente. Cada estação traz sua beleza peculiar e também suas dificuldades. Embora cada pessoa seja diferente e tenha sua estação preferida, seria burrice focar simplesmente nas dificuldades de cada estação e deixar de aproveitar os beneficios e beleza que ela traz. Também seria um erro querer fazer as mesmas coisas nas diferentes estações. Imagine que cena ridícula alguém de bota, casaco, sobretudo, luvas e cachecol durante o verão de 40 graus? Ou então alguém de biquini brincando na neve? Simplesmente não combina. Não tem nada de errado com a bota e o casaco, mas estas vestimentas não são apropriadas para o verão escaldante. Da mesma forma, ser mãe de criança pequena é uma estação única em minha vida. Percebi que poderia focar e me estressar com as dificuldade dessa estação (que, honestamente falando, são muitas) ou desfrutar das alegrias e belezas! Poderia me ressentir e lamentar pelas coisas que não posso realizar ou me alegrar pelos momentos únicos que ela traz.
Já não posso ir a locais que não são apropriados para crianças (museus, cinema, coqueteis e restaurantes finos viraram raridade na minha agenda). Nem sempre posso acompanhar meu marido em seus compromissos de trabalho quando estes não permitem crianças. Meu guarda roupa mudou – além das mudanças do corpo, tenta usar salto, meia fina e roupas sociais com um bebê no colo e dois pequenos pulando em cima de você rsrsrs! As mudanças tiveram que ser ainda maiores por morar em outro país e não ter família pra dar aquela forcinha de vez em quando.
Por outro lado, posso brincar descalça na grama, andar de bicicleta junto com meus filhos, tomar um delicioso banho de chuva. As idas ao cinema foram substituidas pelo circo, parque de diversões e piscina. Melhor do que um restaurante fino é comer maçã-do-amor e algodão doce. E pra falar a verdade, tô amando poder acordar de manhã, colocar uma calça de agasalho e curtir um dia preguiçoso com meus filhos.
Claro que ainda tenho responsabilidades e momentos em que posso curtir a “vida adulta”, mas estes estão com outra perspectiva, a da estação que estou vivendo. Nos primeiros meses de vida do meu filho, quis acreditar que nada tinha mudado, e que ter um filho não exigia mudancas e reavaliação de prioridades.Tantas vezes ouvi pessoas falando que eu deveria fazer sempre as mesmas coisas de antes. Grande engano! Minha resposta (mental, pra ser educada): “Ah é, e quem vai ficar com os três enquanto acompanho meu marido nas viagens de trabalho dele? Você? Ou devo deixá-los sozinhos em casa, e eles que se virem?” A sabedoria de Deus, demonstrada na natureza, deixa bem claro que nossa vida e feita de fases e momentos diferentes. Até o desenvolvimento do corpo humano, passando pela infância, vida adulta e velhice mostra isso. Antes de perceber isto, estava o tempo todo cansada e desgastada, pois como poderia eu desfrutar um lindo dia de verao com todo o peso de casacos e botas? (Mais sobre esta assunto no texto No Passo das Criancas )
Um dia desses estava conversando com uma querida amiga que já tem filhos crescidos. Obviamente, era interrompida a cada tanto por uma das minhas crias, que amam aparecer quando temos visitas. Minha amiga, tratando de me consolar, disse: “Nao se preocupe, passa rápido”. E eu pensei: “será que eu quero que passe rápido?” Pedir para que passe bem devagarinho, por outro lado, não seria isso o ideal? Provavelmente não, seria egoísmo. Então me lembrei: “Para tudo há uma ocasião, e um tempo para cada propósito debaixo do céu… E tudo fez formoso em seu tempo”.
Eclesiastes 3:11
E voce, teve que mudar muita coisa na sua vida?
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