A maternidade não é difícil; a vida é que é!

Agosto 10, 2015 at 10:32 pm

Os meninos brincam de construir uma casa de Lego na mesa surrada que está na cozinha. Entre o barulho das panelas que coloco sobre o fogão e da máquina da roupa de lavar, que trabalha a todo vapor, ouço as risadinhas e suspiros deles!

“Essa casa que construí ficou grande, dá pra morar muita gente nela.”

“E se a gente colocar uma cama aqui pros bonequinhos dormirem, o que você acha mamãe?”

“Vai ficar legal”, digo eu, mas eles não fazem nem idéia de que minha mente está longe dali.

“Não acredito que a consessionária vai fazer isto! Como eles não vão cobrir o reparo do carro se o carro ainda está na garantia. Isso pra mim é desonestidade”, murmuro eu!

“Eles não vão arrumar mamãe, mas e agora?”, me pergunta o mais velho.

“Vai ficar tudo bem, digo eu”.

De repente, todos estes barulhos são silenciados por um barulho maior. A prateleira inteira de pratos cai no chão, e um som de explosão se ouve pela casa. Vários pratos se estilhaçam em mínuscúlos pedacinhos no chão da cozinha, da sala e em cima do fogão.

Em meio a frustração, mando o Ian ficar quieto quando ele me pergunta uma sugestão para sua casinha.

“Você não viu o que aconteceu? Tem milhares de pedacinhos de caco pelo chão e vai levar muito tempo pra eu juntar tudo.”

Ele começa a se levantar da cadeira, e eu prontamente respondo: “Fica aí, você vai se machucar com os cacos que estão por tudo.” E ele, com sua voz terna me diz: “eu ia lá em cima pegar um band aid pra você, tua perna cortou”.

Por mais que tente segurar, as lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto.Lágrimas de alegrias misturadas a lágrimas de frustração. Alegria de perceber que a maternidade é linda, é provavelmente a coisa mais linda da minha vida aqui na terra. Frustração pelos pratos estilhaçados em milhares de pedacinhos no chão; frustração pelo sentimento de impotência diante do “não” da oficina, que deveria consertar nosso carro sem cobrar por causa da garantia; frustração comigo mesma, por me chatear com uma coisa tão pequena!

A maternidade não é difícil!

Ser mãe é provavelmente a sensação mais maravilhosa do universo. O problema é que quando nos tornamos mães, o mundo não para de girar e nem a vida de acontecer.

A maternidade não é difícil, a vida é que as vezes é!

Pratos estilhaçados, corações quebrados, planos desfeitos, sonhos frustrados.

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E me lembro do que li de uma outra mãe. Uma mãe que não tinha apenas pratos estilhaçados na cozinha, mas o coração quebrado por causa da luta do marido pra se livrar de um vício:

“Ninguém nos diz que a parte mais difícil de ser pais é ter que ser pais em meio a todas as outras coisas que acontecem na nossa vida. Na maioria das vezes, ter uma criança em casa é a melhor e mais fácil parte das nossas vidas; são todas as outras coisas que acontecem no dia a dia que tentam roubar nossa alegria e nos levar pra um lugar de exaustão.” MichelleHorton

E essa frase não me sai da cabeça: “são todas as outras coisas…”. todas as outras coisas…

 

…sonhos desfeitos… pratos estilhaçados

crianças doentes,  carros quebrados… ,

marido viciado, contas pendentes, país em crise, guerras por todos os lados,

câncer, depressão,

tristezas e decepção

 

Para mim, pratos estilhaçados e carro quebrado

Para ela, depressão por causa do marido viciado

Para outras, enfermidade

Dores pequenas, dores profundas… dores que duram poucas horas num momento de tensão; dores que duram uma estação

 

Não, a maternidade não é difícil, a vida é que as vezes é!

 

Mas é em meio às dores e dificuldades da vida que o amor é lapidado, com um diamante precioso que precisa passar pelo fogo. E em meio as dores profundas ou frustrações momentaneas por pratos quebrados, aprendemos o que realmente significa amar:

O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.

Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor.

O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.

Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor nunca perece;

1 Coríntios 13:4-8

Até que gostaria de ser mãe dentro de uma bolha que isola a mim e meus filhos de todas essas outras coisas que tentam nos levar pra um lugar de exaustão. Mas não posso! Não posso porque eles precisam saber que pratos se quebram, que sonhos se frustram, que planos se desfazem. Que nem todos os dias são perfeitos e que sim, de vez em quando a mamãe chora, seja de alegria, seja de frustração!

Mas que acima de tudo, acima de pratos estilhaçados e carros quebrados, existe um amor maior, o amor que venceu o mundo! E porque Ele venceu, eles também podem vencer:

“Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo”.

João 16:33

 

E que em meio a pratos estilhaçados, a corações quebrados, a planos desfeitos, a enfermidade e a dor, ainda assim, há alegria! Que não podemos esperar pelo momento perfeito para ser feliz!

“o choro pode persistir uma noite, mas de manhã irrompe a alegria.”

Salmos 30:5

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